EUA. Após ataque, Irão fecha "porta da diplomacia"

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EUA. Após ataque, Irão fecha "porta da diplomacia"

EUA. Após ataque, Irão fecha "porta da diplomacia"

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O Irão fechou a porta à diplomacia depois de ter sido atacado pelos EUA na madrugada de domingo. O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Abbas Araghchi, numa conferência de imprensa na Turquia, onde disse não saber por que motivo o seu país foi atacado, já que tudo tem por base uma falsa acusação relacionada com a produção de armas nucleares. Anunciando que o próximo passo do Irão será reunir-se com Vladimir Putin, Abbas Araghchi acusou Donald Trump de ser um “bully sem lei” e os EUA um país controlado por Israel.

“O Irão tem todas as opções em aberto para defender a sua segurança, interesse e pessoas. Não sei quanto espaço sobra para a diplomacia” neste contexto, assumiu o responsável pelos Negócios Estrangeiros do Irão no início da conferência de imprensa, acabando por ir mais além: “Claro que a porta da diplomacia deve estar sempre aberta, mas não é o caso neste momento. Nem creio que seja importante a dimensão de danos causados. Atacar uma instalação nuclear é, por si só, uma violação imperdoável do direito internacional e deve ser condenada.”

Para o ministro iraniano, o ataque que aconteceu é responsabilidade de toda a “comunidade internacional”. “O Irão não fez nada de mal, não entendemos porque é temos de ser atacado por uma falsa acusação de que queremos produzir armas nucleares”, disse, sublinhando que as tropas iranianas “estão prontas e os cidadãos estão com elevados níveis de confiança”.

O governante iraniano Abbas Araghchi chamou o Conselho de Segurança da ONU e a Agência Internacional de Energia Atómica à razão, argumentando que “têm responsabilidades a assumir” e que devem “agir com urgência”. “Silêncio perante tal agressão levará o mundo a mergulhar num nível de perigo e caos sem precedentes.”

E aproveitou depois para criticar Donald Trump, afirmando que “a humanidade chegou demasiado longe para um ‘bully’ sem lei nos levar de volta à lei da selva”. A declaração surgiu horas depois de, na noite do ataque, Donald Trump ter considerado o Irão o “Bully do Médio Oriente”.

“O mundo não se pode esquecer que foram os EUA que, enquanto estávamos a trabalhar para atingir um resultado diplomático, traiu a diplomacia ao apoiar o regime israelita”, continuou Abbas Araghchi. Ao optar por uma “agressão militar”, os EUA terão de arcar com “todas as consequências das suas ações, inclusivamente o direito de defesa do Irão”.

E, ainda em crítcias ao líder norte-americano, disse que “a intervenção direta dos EUA [neste conflito] mostra que a Casa Branca está sob influencia direta deste indivíduo chamado Benjamin Netanyahu, e é uma vergonha para todos os cidadãos americanos”.

Ainda na conferência imprensa na Turquia, o governante do Irão anunciou que vai reunir-se com o Presidente russo Vladimir Putin na segunda-feira: “Vou para Moscovo esta tarde e vou ter uma reunião com o Presidente Putin amanhã de manhã”.

Afirmando que a “Rússia é amiga do Irão”, o ministro detalhou ainda que, durante as negociações com os EUA, os iranianos informaram sempre Vladimir Putin do curso das mesmas. “Temos uma parceria estratégica com a Rússia”, declarou.

Da parte da Rússia, face aos desenvolvimentos da passada madrugada, não há por agora planos para falar com o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência noticiosa TASS. E acrescentou que existe abertura do lado da Rússia para uma conversa telefónica.

observador

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